A moeda começou o dia com avanço de mais de 1%, forçando o Banco Central a interferir no mercado de câmbio por duas vezes. Desde o dia 4 deste mês, foram oito intervenções.
Na primeira operação, foram vendidos todos os 60 mil contratos ofertados, com vencimentos em 1º de agosto e 2 de setembro de 2013, por US$ 2,994 bilhões.
Outros 40 mil contratos, com vencimentos em 2 de setembro e 1º de outubro de 2013, foram ofertados no segundo leilão do dia. Desse total, 30,2 mil contratos foram vendidos, por US$ 1,5 bilhão.
Ontem, a autoridade monetária nacional já havia interferido no mercado de câmbio, também através de leilão de swap cambial tradicional, quando a moeda americana chegou a R$ 2,178 no mercado à vista.
Todas essas medidas foram tomadas para tentar conter o avanço do dólar em relação ao real. Segundo operadores ouvidos pela Folha, no entanto, a tendência do dólar continua sendo de alta, enquanto durarem as incertezas sobre a permanência dos estímulos econômicos nos EUA.
Amanhã, sai decisão do Fed (BC norte-americano) sobre a taxa de juros do país, que é hoje praticamente zero, e o presidente da instituição, Ben Bernanke, fará um novo pronunciamento.
Embora investidores não apostem em mudança imediata dos juros, esperam encontrar, na fala de Bernanke, sinais mais claros sobre a manutenção ou não dos estímulos monetários no país. O BC dos EUA recompra, mensalmente, US$ 85 bilhões em títulos públicos a fim de injetar recursos na economia.
Se o discurso de Bernanke reforçar no mercado as apostas na retirada dos estímulos, porém, a tendência de alta do dólar pode se intensificar.
Isso porque o segundo passo, na avaliação de especialistas, seria a elevação do juro americano, o que deixaria os títulos do Tesouro dos EUA, remunerados pela taxa e considerados de baixo risco, mais atraentes aos investidores globais do que aplicações em emergentes.
"Um possível corte dos estímulos econômicos nos EUA reduziria o volume de dólares no mercado mundial. Isso também diminuiria a já fragilizada entrada da moeda americana no Brasil, pressionando a cotação do dólar para cima", diz Waldir Kiel, operador da H.Commcor.
Folha de São Paulo
0 comentários:
Postar um comentário