"Na gestão [Luiza] Erundina, se propôs dobrar o IPTU para zerar a tarifa. Hoje dobrar o IPTU seria insuficiente, porque 60% dos impostos estão vinculados à saúde e educação pela Constituição", explicou.
Entre os integrantes estão o ex-jogador de futebol Raí e o cardeal arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer.
Os manifestantes disseram que foi a primeira vez que Haddad admitiu que pode rever o valor de R$ 3,20. Eles afirmaram que os protestos continuam até a revogação do aumento, mas que a Prefeitura abriu um caminho de negociação. A última manifestação, nesta segunda-feira (17), reuniu cerca de 65 mil pessoas.
Desoneração
O prefeito viaja para Brasília nesta quarta-feira para cumprir uma agenda anteriormente marcada, mas disse que vai tentar falar com os representantes do governo federal para saber se haverá alguma desoneração de tributos da União em relação aos municípios.
O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, sugere outras fontes de recursos, além do valor pago pelos cofres municipais para subsidiar o valor da passagem. Uma das iniciativas, segundo ele, seria através da tributação do litro combustível diretamente nas bombas dos postos, e com repasse de verbas para a administração municipal.
O secretário voltou a rebater as críticas sobre investimento nos ônibus municipais, dizendo que trem e Metrô são "transporte de massa" e que o ônibus deveria ser apenas um complemento.
Palavras
No início da reunião, Haddad disse nunca ter usado “nenhuma palavra que desmerecesse o movimento”. "Eu nunca utilizei nenhuma palavra que desmerecesse o movimento. Nunca utilizei a palavra vândalo, baderneiro, isso não faz parte do meu vocabulário político, embora tenha recriminado a violência", disse o prefeito, em clara referência ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que, ao falar sobre um protesto na semana passada, disse que era “intolerável a ação dos baderneiros”.
O convite para uma reunião com Haddad nesta quarta-feira (19) na sede do Sindicato dos Jornalistas foi refeito. O movimento diz que são 37 milhões de pessoas excluídas, no país todo, por causa do preço da tarifa e o aumento da passagem agrava ainda mais esse quadro.
5º dia de protesto
O quinto dia de protestos contra o aumento da tarifa do transporte em São Paulo foi marcado pela mobilização de mais de 65 mil pessoas em um movimento pacífico, que transformou vias importantes da cidade em "calçadões".
Apesar disso, o ato teve um tumulto isolado em frente ao Palácio dos Bandeirantes, na Zona Sul da capital paulista.
As passeatas começaram pouco depois das 17h desta segunda-feira (17) no Largo da Batata, em Pinheiros, e passaram por ruas da região central, percorreram a Marginal Pinheiros e chegaram à sede do governo do estado.
No Palácio dos Bandeirantes manifestantes arrombaram um portão, atiraram rojões contra policiais e vandalizaram dois ônibus nos arredores. A PM reagiu e não houve invasão. Ninguém havia sido preso até as 2h desta terça.
O ponto onde ocorreu o tumulto foi apenas um dos destinos das passeatas desta segunda. As milhares de pessoas que inicialmente estavam concentradas em Pinheiros se dividiram pela cidade quando o ato começou.
Uma parte seguiu pela Marginal Pinheiros, outra pela Avenida Faria Lima e um terceiro grupo ocupou a Avenida Paulista. Houve ainda protesto na frente da Assembleia Legislativa de São Paulo. O trajeto dos grupos foram apenas acompanhados pelos policiais, que não interviram e nem impediram a ocupação de vias.
G1
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